O Instituto Federal de Mato Grosso, através dos Campi Primavera do Leste e Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva estão produzindo adaptadores que ligam as máscaras de mergulho full face aos respiradores. O Campus São Vicente está iniciando os testes para a produção dos adaptadores. Os adaptadores são produzidos pelas máquinas de impressão 3D.
A produção iniciou no Campus Primavera do Leste com o professor Wagner Santos que foi procurado pelo fisioterapeuta, Waldi Bento de Souza Neto, responsável pela empresa Infinity Mais Saúde, que faz a gestão do serviço de fisioterapia dos hospitais Sãos Lucas e das Clínicas, além da Unidade de Pronto Atendimento de Primavera do Leste (UPA).
“Nós formos procurados pelo doutor Waldi para saber se podíamos fazer um adaptador que pudesse conectar às máscaras de mergulho. Ele nos trouxe a máscara e trouxe o encaixe do aparelho (filtro antibacteriano e antiviral). Ele falou que precisava de uma peça que adaptasse os dois aparelhos. O nosso diretor-geral, Dimorvan Brenscancim tinha comentado que uma equipe da UFMT de Cuiabá já tinha feito isso. Nós pegamos a ideia da forma que eles fizeram e adaptamos aqui”, conta Wagner Santos.
Santos explica que a partir dessas informações fizeram o desenho do projeto para conectar os dois aparelhos. “Contamos com o apoio do nosso aluno do 7º semestre de engenharia de controle e automação, Pedro Henrique Reculiano Mota”, conta Wagner Santos. Foi produzido um adaptador de teste que já está sendo utilizado e outros seis já estão prontos aguardando o Dr Waldi Neto buscá-los.
O fisioterapeuta Waldi Neto contou que até então só tinha uma máscara, mas estão chegando mais máscaras que serão utilizadas para o atendimento. “O mercado está em falta das máscaras e dos respiradores. Além disso, o valor de aquisição desse equipamento hospitalar é alto. O uso dessa máscara de mergulho com o respirador é em média quatro vezes mais barato que o equipamento hospitalar profissional. Houve uma ideia de utilizar essas máscaras em São Paulo que foi implementada em Cuiabá. Daí conversei com o diretor-geral do Campus Primavera se poderíamos criar o adaptador e ele colocou a sua equipe à disposição”.
Neto explicou que a máscara full face faz uma ventilação não invasiva com pressão positiva nas vias aéreas sem necessidade de intubação. “Como o índice de intubação está relacionado ao índice de mortalidade em torno de 70%. Essa máscara evita a intubação. Ela somente é utilizada após uma avaliação criteriosa da equipe de fisioterapia e médica, sendo utilizada para os pacientes que estão cansados e fadigados, recuperando a energia e revertendo a insuficiência respiratória”.
Em Cuiabá, o professor Rodrigo Junges do Campus Cuiabá – Cel. Octayde Jorge da Silva também está produzindo o adaptador. Já foram feitos quatro adaptadores que estão sendo utilizados no Hospital Santa Rosa. Além dos adaptadores das máscaras de mergulho o professor também fez alguns modelos diferentes de adaptadores para respiradores e válvula de suporte respiratório.
“Nós recebemos a demanda do Hospital Santa Rosa e fizemos a adequação do projeto que foi feito pelo IFMT - Primavera do Leste. Para nós que estamos no projeto extensionista do edital nº 47/2020 de combate ao coronavírus é uma grande satisfação a gente poder estar ajudando nessa situação crítica da saúde, no qual a gente está vendo que as UTIs estão dependendo de equipamentos e materiais. O IFMT – Campus Cuiabá podendo estar colaborando com isso é um privilégio”, destacou Junges.
A diretora assistencial do Hospital Santa Rosa em Cuiabá, Mara Nasrala, explicou que a máscara de mergulho está sendo utilizada como alternativa, pois tem pouco vazamento dos aerossóis emitidos pelos respiradores.
“Essas máscaras não têm uma adaptação direta com o respirador, por isso a necessidade da produção desses adaptadores. Solicitei alguns modelos diferentes para respirador que está dando muito certo. Queremos ampliar o número desse tipo máscara, pois ela equivale a um quinto de valor de uma máscara de saúde com respirador. Nós utilizamos apenas para pacientes que não estão tão graves, serve para prevenir a intubação não traqueal”.
Nasrala disse também que solicitou outros tipos de válvula, como a charlotte para adaptar a outros ventiladores e uma outra válvula suporte ventilatório.
No Campus São Vicente, o professor Pedro Pereira informou que irá iniciar os testes para produção dos adaptadores nesta sexta-feira (24/07). Ele informou que recebeu o pedido para a produção de 20 adaptadores pelo Hospital Regional Irmã Elza Giovanella de Rondonópolis, e foi requisito também pelo Hospital Júlio Muller.
Ascom/Reitoria/IFMT - Juliana Michaela